27 de setembro de 2009

Panóptico







O sistema panóptico foi desenvolvido por Jeremy Bentham em 1785 como uma estrutura física, utilizada para o domínio da distribuição de corpos em diversificadas instituições (prisões, escolas, manicômios, fábricas).Esse sistema fazia parte, do que foi considerado considerado na época , de mecanismos e dispositivos de vigilância, capazes de interiorizar a culpa e causar no indivíduo remorsos pelos seus atos.

O panóptico era um edifício em forma de anel, no meio do qual havia um pátio com uma torre no centro. O anel dividia-se em pequenas celas que davam tanto para o interios quento para o exterior. Em cada uma dessas pequenas celas havia, de acordo com a intituição, uma criança aprendendo a escrever, um operário a trabalhar, um preso a ser corrigido, etc.

Na torre havia um vigilante e como cada cela dava ao mesmo tempo para o exterior e o interior, o seu olhar podia atravessar toda a cela e o importante é que ele não era visto. O indivíduo é vigiado durante todo o tempo, sem que veja seu observados, nem que saiba em que momento está a ser vigiado.

Não era finalidade do panoptismo fazer com que as pessoas fossem punidas, mas que nem tivessem a portunidade para cometer o mal, pois sentiriam-se imersas em um campo de visibilidade (vigilância constante).O panóptico desfaz a necessidade de combater a violência física com mais violência física, combatendo-as antes, com mecanismos de ordem psicológica.



"Quem está submetido a um campo de visibilade, e sabe disso, retoma por sua conta as limitações do poder; fá-las funcionar espontaneamente sobre si mesmos; inscreve em si a relação de poder na qual ele desempenha simultaneamente os dois papéis: torna-se o príncipio da sua própria sujeição."
Foucault

Para Bentham, qualquer punição deve ser encarada antes de tudo como espetáculo; importa menos o seu efeito sobre quem é castigado, do que as impressões que recebem todos aqueles que vêem o castigo ou que dele são informados.

Todo panóptico é, na verdade, estrurado como uma ficção. É precisamente a aparente omnipresença do inspetor que sustenta a perfeita disciplina do sistema, entretanto como a omnipresença não pode ser um atributo humano, resta forjá-la, simulá-la, quer por rondas aleatórias, quer pela arquitetura do lugar.

O esquema panóptico pode ser utilizado sempre que se deseja impor uma tarefa ou um comportamento a uma multiplicidade de indivíduos.



"O importante é (...) que as pessoas se encontrem presas numa situação e poder de que elas mesmas são as portadoras (...) o essencial é que elas se saibam vigiadas"
Foucault












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